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FUNDO NORDESTE SOLIDÁRIO -- INTRODUÇÃO

O FUNDO NORDESTE SOLIDÁRIO (FNES) é uma plataforma coletiva de captação de recursos para os Fundos Rotativos Solidários (FRS) da Região Nordeste e Norte de Minas Gerais. É fruto de uma longa história de articulação entre as iniciativas de Fundos Solidário no Nordeste e demais regiões do país que iniciou em 2005.

Histórico

(Um relato mais detalhado da história e linha de tempo encontra-se na página Fundos Solidários no Brasil deste website, ainda em construção)

Naquele ano, a equipe da SENAES – Secretaria Nacional de Economia Solidária convidou representantes de organizações e redes da sociedade civil que atuavam na economia solidária e no fomento de fundos solidários para compor um grupo de trabalho que assessorasse a SENAES na elaboração de políticas públicas de apoio a essas iniciativas.

O Comitê Gestor dos Fundos Solidários, composto por gestores públicos e representantes da sociedade civil subsidiou a elaboração e acompanhou a execução do PAPPS – Programa de Apoio a Projetos Produtivos Solidários (2006-2012), parceria entre a SENAES e o Banco do Nordeste que injetou aproximadamente 12 milhões em iniciativas de Fundo Solidário na Região Nordeste e o Programa Nacional de Apoio às Finanças Solidárias (2010-2017), que disponibilizou recursos públicos para fortalecer as experiências de Fundo Solidário assim como outras práticas de finanças solidárias – Bancos Comunitários de Desenvolvimento e Cooperativas de Crédito, através de duas chamadas públicas. Tanto o PAPPS como o Programa Nacional de Apoio às Finanças Solidárias (PNAFS) tiveram seu grande diferencial no protagonismo da sociedade civil organizada: Os programas selecionaram, através de chamada pública, entidades da sociedade civil com experiência no campo para assumir a responsabilidade integral pela execução das ações.

Mapeamento dos Fundos Solidários no Brasil, 2011-2013

A primeira etapa do PNAFS viabilizou o Mapeamento das experiências de Fundo Solidário nas cinco regiões do Brasil (Link banco de dados mapeamento FS). A Fundação Grupo Esquel Brasil, através da equipe do Programa Vencer Juntos foi selecionada para celebrar o convênio para mapear as experiências nos nove estados da Região Nordeste, que resultou no cadastro, num banco de dados online, de 341 iniciativas de Fundo Solidário ativas em 404 municípios, mais 23 entidades de apoio. Em todo Brasil, o mapeamento cadastrou 504 experiências. A coordenação geral ficou sob a responsabilidade da Cáritas Brasileira, rede de organizações que lidera o fomento de Fundos Solidários no Brasil.

Além do mapeamento das experiências, o Programa viabilizou intercâmbios e encontros entre fundos solidários, a aproximação das experiências com os Fóruns de Economia Solidária e o auto reconhecimento como parte de um movimento coletivo. Em seis estados do Nordeste, os Fundos Solidários se encontraram em seminários estaduais para elaborar a Carta dos Fundos Solidários, reivindicando políticas públicas de apoio.

Rede Brasileira de Fundos Solidários

A segunda chamada pública do PNAFS lançada no segundo semestre de 2013 disponibilizou recursos para serviços de apoio técnico, capacitações, formações e organização associativa além de viabilizar a sistematização e divulgação das experiências. Novamente houve celebração de convênios com organizações da sociedade civil para executar as ações. Cinco organizações celebraram convênios com a SENAES para essa segunda etapa: Cáritas Brasileira, Fundação Grupo Esquel Brasil, CEA -- Centro de Estudos e Assessoria, CAMP – Centro de Assessoria Multiprofissional e Instituto Vitória Régia. Os intercâmbios e encontros estaduais, regionais e nacionais patrocinados pelo Programa fortaleceram a articulação entre as experiências de fundo solidário, que se juntaram no III Encontro Nacional de Fundos Solidários em setembro de 2016 em Brasília para constituir a Rede Brasileira de Fundos Solidários.

Representantes da Rede continuaram o diálogo com a SENAES para reivindicar uma terceira chamada pública para dar continuidade ao apoio aos fundos solidários em 2017 e 2018. Apesar da sinalização da nova equipe da Secretaria, já no Governo Temer, que os programas anteriores continuariam, a terceira chamada pública nunca saiu. Pode-se concluir que, de fato, a política pública federal de apoio às finanças solidárias foi suspensa a partir de 2016.

Falta de recursos para investimento direto nos Fundos Solidários

Enquanto o PNAFS apoiou as experiências de fundo solidário com serviços técnicos e formação,  não injetou recursos para investir diretamente nos FRS. Diante a falta de recursos para investimento, as organizações selecionadas na segunda chamada pública do Programa para executar as ações se juntaram em 2014 para elaborar um projeto conjunto para captar esses recursos junto ao Fundo Social do BNDES, com a Fundação Esquel atuando como proponente. Infelizmente, o projeto não chegou a ser aprovado. Em 2017 foi feito uma segunda tentativa de elaborar um projeto conjunto para captar recursos para os Fundos Solidários, dessa vez junto ao Fundo Amazônia, também gerido pelo BNDES. O projeto ia captar R$12 milhões para os Fundos Solidários da Amazônia Legal e envolveu o CEA, o Instituto Vitória Régia e a Fundação Esquel/Vencer Juntos como proponente. O projeto passou por várias etapas de negociação e foi formalmente protocolado no BNDES, quando o Governo Bolsonaro mandou suspender os projetos do Fundo.

Sem perspectiva de recursos para os Fundos Solidários, a Rede Vencer Juntos, hoje já com personalidade jurídica própria (encerrado o processo de incubação pela Fundação Grupo Esquel Brasil), começou buscar novos caminhos para continuar fortalecendo os Fundos Solidários. Chegou a elaborar a proposta do Fundo Brasil Solidário, uma plataforma coletiva de captação de recursos a ser gerida pela Rede Brasileira de Fundos Solidário e começou a buscar recursos.

A chamada pública do Fundo BIS do GIFE em março de 2020 parecia oferecer a oportunidade certa. Como o recurso oferecido era limitado, optou-se por reduzir o escopo do Fundo para incluir, numa primeira etapa, a Região Nordeste (inclusive Norte de MG), já que foi naquela região onde o Vencer Juntos já havia conduzido o mapeamento dos Fundos Solidários. O projeto da Rede Vencer Juntos foi selecionado como um de quatro vencedores entre um total de 126 propostas. Nasceu assim, o Fundo Nordeste Solidário (FNES).

Fundo Nordeste Solidário -- Organização

Confirmada a aprovação do projeto pelo Fundo BIS, a Rede Vencer Juntos convocou um encontro virtual dos Fundos Solidários do Nordeste e entidades de apoio dia 1 de julho de 2020 para lançar a proposta de criar o Fundo Nordeste Solidário. Mais de trinta representantes de entidades de apoio, redes de fundos e fundos solidários participaram e abraçaram a proposta. Foi criado um formulário em Google Forms para cadastrar os Fundos Solidários que quisessem participar da iniciativa. Até final de novembro, 25 Fundos Solidários se cadastraram. (link para a lista).

A Rede Nordestina de Fundos Solidários – coletivo dos Fundos Solidários e entidades de apoio que quiserem aderir ao projeto, será responsável pela governança do FNES. Definirá os critérios de acesso ao Fundo e selecionará os Fundos Rotativos a serem beneficiados. A Rede Vencer Juntos atuará como gestora e secretaria executiva do FNES: capta recursos para viabilizar a plataforma, contrata os serviços de comunicação, coordena as campanhas de captação, recebe e repassa os recursos e cuida das prestações de contas. (Link para imagem do organigrama)

A ideia é que a captação de recursos para o FNES seja um esforço conjunto entre os FRS participantes e a equipe do FNES: cada FRS que aderir a campanha se compromete para organizar uma campanha local de captação de recursos no seu território. Os vídeos e outros materiais de comunicação produzidos para as campanhas serão publicados em duas versões: a versão local com informação sobre como apoiar a campanha local, para divulgação nas redes locais de contatos de cada FRS, e uma versão nacional, com informação sobre como contribuir para o Fundo Nordeste Solidário, a ser divulgada nas redes sociais com alcance nacional e internacional. Os recursos a serem captados do público para o FNES serão repassados para completar os recursos captados localmente (Matching Fund).

Entre as ações do projeto está prevista a formação das lideranças dos FRS locais em comunicação e captação de recursos. Para essa finalidade, já foi conduzida uma oficina virtual de contar histórias. Adicionalmente, nas visitas aos FRS para captar imagens é oferecida uma oficina sobre produção audiovisual para os jovens e lideranças locais. A ideia é de empoderar os FRS locais para melhorar suas ações de divulgação, comunicação e captação de recursos.

Além da captação de recursos do público, o Fundo Nordeste Solidário pretende promover uma ampla divulgação dos FRS e seus benefícios para contribuir para a mobilização de gestores públicos para retomar as políticas públicas de apoio às finanças solidárias.

Primeira campanha de captação, 1-18 de dezembro de 2020

A primeira campanha captará recursos para sete Fundos Rotativos Solidários que aderiram a campanha – oferecendo de organizar campanhas locais e de disponibilizar imagens e depoimentos para a campanha nacional. Se a campanha arrecadar um valor maior que o total solicitado pelos sete fundos, a Rede Nordestina de Fundos Solidários decidirá a destinação do restante do recurso. Provavelmente lançará um edital simplificado. Dez por cento do recurso arrecadado será destinado à manutenção da plataforma de captação. A meta de captação foi definida no valor de R$100.000.

No decorrer da campanha, a equipe lançará um breve vídeo sobre cada um dos sete FRS e publicará blogs sobre os benefícios dos FRS, apontando os motivos para investir nos FRS. A causa dos FRS será vinculada à recuperação econômica da pandemia.

Barbara Schmidt Rahmer, Presidente, Rede Vencer Juntos e membro da Coordenação da Rede Brasileira de Fundos Solidários

 

 

 

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